quarta-feira, 29 de novembro de 2017
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
Termômetro do código Florestal
Agora é
possível ter, na palma da mão, uma análise ampla do Código Florestal, a mais
importante lei ambiental do Brasil, que completou 5 anos da sua última
reformulação em 2017.
O aplicativo “Termômetro do Código
Florestal”, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da
Amazônia – IPAM, acaba de ser lançado na 23ª Conferência do Clima, em Bonn, na
Alemanha.
Pelo
aplicativo, o cidadão pode checar o cumprimento dos principais instrumentos da
lei que já estão em implementação, como o cadastramento no Sistema Nacional de
Cadastro Ambiental Rural (Sicar) , o remanescente de vegetação nativa e os
passivos de Reserva Legal (RL) e Área de Proteção Permanente (APP), nos estados
e municípios. Disponível no momento somente para Android, uma versão para
iOS será lançada em 2018.
Para
Tiago Reis, pesquisador do IPAM, a ferramenta vai permitir ao cidadão comum
acompanhar o nível da preservação da vegetação nativa e cobrar do poder público
o avanço das questões ambientais. “O Termômetro aproxima as pessoas da
implementação de uma política pública fundamental para a qualidade de vida.
Afinal, o Código Florestal garante a nossa água, a produção de alimentos, a
qualidade do ar e a saúde como um todo”, afirma Reis.
Esse
nível de transparência e de facilidade de acesso colabora para políticas
públicas mais efetivas e pode ser usado como instrumento de análise e controle
da sociedade civil para a preservação do seu bioma local, uso planejado do solo
e menor incidência de conflitos fundiários.
Nesta
primeira versão, já estão disponíveis dados do CAR em todos os estados do
Brasil. O aplicativo usa diversas bases de dados e coloca em perspectiva o
status do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e dos Programas de Regularização
Ambiental (PRA) dos estados, além de oferecer um glossário que explica os
termos mais comuns relativos ao Código Florestal. Detalhes sobre os Programas
de Regularização Ambiental e outras estatísticas e informações estarão
disponíveis em breve. Ao todo, são 42 indicadores presentes.
O
usuário pode, depois de cadastro simples, salvar os dados que mais lhe
interessam e ter um acesso rápido e offline dos estados e municípios mais
relevantes para a sua realidade. No site do Termômetro uma
análise mais detalhada do Código Florestal também pode ser acessada.
Para
Natalia D’Alessandro, presidente do Engenheiros Sem Fronteiras no Brasil, que
acompanhou o lançamento do Termômetro, essa iniciativa é inovadora ao traduzir
tantos dados ambientais. “Achei interessante o quanto essa ferramenta levanta a
questão da transparência da informação e como vai ser útil para a academia
utilizar esses dados em diversas pesquisas”, disse.
O
aplicativo é uma iniciativa do Observatório do Código Florestal, rede criada
em 2013 para acompanhar e incentivar o cumprimento da Lei 12.651/ 12 em todo o
país. Atualmente, o OCF conta com 27 instituições da sociedade civil.
terça-feira, 21 de novembro de 2017
Reunião do Conselho Gestor APA - NOVEMBRO 2017
Aos Conselheiros e demais convidados em contribuir para nossa APA!
Convidamos V.S.ª para a 43ª Reunião Ordinária do Conselho Gestor da APA-SFX, que se realizará no dia 23 de novembro de 2017, 5ª feira, com início às 13:30 horas, no Salão de Reuniões da Subprefeitura de São Francisco Xavier, na Rua XV de Novembro, 870, para cumprir a seguinte pauta:
- Aprovação ata 42ª reunião
- Desafio das Serras – Relatório da corrida de setembro
- CT Governança – Informes primeiros encontros. Plano de trabalho.
- Renovação Conselho Gestor
- Projeto Conexão mata Atlântica - informes e planos de trabalho
- Lançamento de esgoto. Inquérito do ministério público
Contamos com a colaboração de todos, visto que as ações da APA é de extrema importância para o distrito.
II Encontro dos Atores da Restauração Florestal do Vale do Paraíba
Te
convidamos a participar do II Encontro dos Atores da Restauração
Florestal do Vale do Paraíba, que acontecerá no dia 28 de
novembro de 2017 no Departamento de Ciências Agrárias da
UNITAU em Taubaté (Estrada Municipal Prof. Dr. José Luís
Cembraneli, 5000 - Jardim Sandra Maria, Taubaté – SP).
As
inscrições devem ser feitas pelo site https://restauracaovp.wixsite.com/atoresdarestauracao . Caso o link
não abra o site do Encontro, pedimos que copie e cole o endereço acima no
seu navegador de internet.
Pedimos
ainda sua atenção para o fato que temos limitação de espaço (230 pessoas) no
auditório e demais dependências, e para bem receber a todos é importante que
faça sua inscrição o mais breve possível, pelo SITE indicado acima.
A
programação do evento encontra-se a seguir.
II
Encontro dos Atores da Restauração Florestal do Vale do Paraíba
8:30 - Abertura
8:50 - Informes do Coletivo de
Atores da Restauração
9:15 - Rede de Sementes
do Xingu e a restauração da vegetação nativa por semeadura direta. ISA
- Instituto Socioambiental
10:05 -
Métodos e Modelos de Restauração com retorno econômico. APTA-SAA/SP e Futuro Florestal.
11:05 -
Mercado de Produtos da Restauração Florestal. Instituto Coruputuba e Instituto
AUÁ
12:00 - Mesa de debates
12:30 às
14:00 -
Lanche no hall de entrada com apresentação de pôsteres com resultados
de projetos, pesquisas, iniciativas e negócios em restauração florestal.
13:00 às
14:00 -
Atividade Paralela: Reunião do Fórum Político do Projeto ROAM Vale do
Paraíba
14:00 - Bacias
prioritárias para restauração florestal no Vale do Paraíba. UNITAU,
Prof. Dr. Marcelo S. Targa.
14:30 - Plano de
Desenvolvimento Florestal Territorial para a porção paulista do Vale do
Paraíba: resultados da aplicação da metodologia ROAM - WRI Brasil
15:30 - Arranjos
Econômicos para Restauração em Larga Escala – WWF, Sandro Marostica.
16:15 - Evento de Lançamento
da Rede de Atores da Restauração Florestal do Vale do Paraíba aprovação
e assinatura do documento de criação.
16:45 - Próximos passos da Rede e
Encerramento do Evento.
quinta-feira, 16 de novembro de 2017
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
VAGAS PARA INTEGRAR EQUIPE DO PROJETO CONEXÃO MATA ATLÂNTICA!
Estão Abertos editais de seleção
de especialistas para atuarem no monitoramento do Projeto “Recuperação
e Proteção dos Serviços de Clima e Biodiversidade no corredor Sudeste da Mata
Atlântica Brasileira” (Projeto Conexão Mata Atlântica), coordenado
pelo MCTIC e realizado em parceria com os estados de MG, SP e RJ.
As três vagas ofertadas estão relacionadas
ao Componente 01 do Projeto, de responsabilidade do MCTIC, e o
local de trabalho será em São José dos Campos (SP), na sede do INPE (Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais). Os interessados devem ter ampla
disponibilidade para realização de trabalhos de campo e visitas às áreas de
intervenção do projeto.
Mais informações sobre o Projeto
Conexão Mata Atlântica e sobre as oportunidades de trabalho favor
acessar os links abaixo, disponibilizados no site da FINATEC:
Vaga geoprocessamento: http://www.finatec.org.br/site/wp-content/uploads/2017/11/edital_selecao_069_2017.pdf
Vaga monitoramento fauna: http://www.finatec.org.br/site/wp-content/uploads/2017/11/edital_selecao_071_2017.pdf
Vaga monitoramento
vegetação: http://www.finatec.org.br/site/wp-content/uploads/2017/11/edital_selecao_070_2017.pdf
Para informações adicionais:
Bruno
Martinelli (bruno.martinelli@mctic.gov.br)
Danilo Santos da Silva
(danilo.silva@mctic.gov.br).
terça-feira, 14 de novembro de 2017
13º FITS mostra a importância das Unidades de Conservação para o desenvolvimento econômico e turístico do país
A Fundação SOS Mata Atlântica promoveu no último sábado (28) o 13º Fórum Interamericano de Turismo Sustentável (FITS), durante a Adventure Sports Fair, principal feira de América Latina dedicada ao mercado de esportes e turismo. Nessa edição, o Fórum ressaltou a importância das Unidades de Conservação (UCs) para o desenvolvimento do país e da economia brasileira.
“O Brasil tem um potencial enorme para o turismo de natureza, com suas UCs. Esse encontro é muito importante para aperfeiçoar os modelos de parcerias com os nossos parques, além de mostrar a sua contribuição para o desenvolvimento do país”, disse Erika Guimarães, gerente de áreas protegidas da SOS Mata Atlântica.
Pedro Menezes, Coordenador Geral de Uso Público e Negócios do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), falou sobre os mecanismos de parceria com o setor privado e com a sociedade civil que tem sido adotadas pelo ICMBio para ampliar a visitação nas UCs e fortalecer a economia local no entorno dessas áreas. “Recebemos oito milhões de visitantes nas UCS federais em 2015, enquanto os EUA, por exemplo, receberam 600 milhões de pessoas”, afirmou.
Durante o evento, o ICMBio lançou um estudo sobre as contribuições do turismo em Unidades de Conservação para a economia brasileira. Com base no levantamento, os 8 milhões de pessoas que visitaram as UCs brasileiras em 2015, movimentaram mais de R$ 4,1 bilhões e contribuíram com R$ 1,5 bilhão em valor agregado ao PIB, além da manutenção de mais de 43 mil empregos. “Isso mostra que muito mais que cuidar das UCs, essas áreas podem ser extremamente importantes para o desenvolvimento econômico e turístico do país”, afirmou o idealizador do estudo, Thiago Beraldo.
Mais recente exemplo de Unidade de Conservação em processo de abertura para visitação, o Refúgio de Vida Silvestre (REVIS) do Arquipélago de Alcatrazes, segunda maior UC marinha de proteção integral do país, contará com a parceria da SOS Mata Atlântica e apoio da Brazilian Luxury Travel Association (BTA) para a gestão dessa área.
A chefe do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes (REVIS Alcatrazes), Kelen Leite, contou que a unidade está se preparando para receber visitantes, e será mais um ponto para turismo de mergulho e observação de fauna marinha no Brasil. “Alcatrazes abriga espécies endêmicas e possui um dos recifes de corais mais conservado e diverso do Sudeste e Sul do Brasil, sendo também área de reprodução e crescimento de espécies de valor comercial para o setor pesqueiro. O mergulho para apreciar essas belezas será o carro chefe do local. Para isso, estruturamos um plano para amenizar os impactos ao meio ambiente, e vamos monitorar a visitação, afirmou.
A diretora de Uso Público do Parque Nacional de Galápagos, Verónica Santamaría, que também esteve na Feira compartilhando as experiências de turismo nessa área, vê com bons olhos esse processo. “Assim como Galápagos, Alcatrazes é um Arquipélago com características únicas, pois possui uma fauna especial, espécies endêmicas e uma paisagem muito bonita, que oferece experiências marcantes aos turistas”, disse. Veronica destacou ainda que o turismo lá é feito em parceria com inúmeras operadoras e empresários locais, contribuindo para a economia local, modelo que também deve ser adotado em Alcatrazes.
O evento também discutiu ainda sobre boas práticas e sobre a necessidade de se avançar na revisão das normas de sustentabilidade do turismo no Brasil, e marcou a agenda de comemorações do Ano Internacional do Turismo Sustentável para o Desenvolvimento, data adotada pela Nações Unidas, com o objetivo avançar a contribuição do setor do turismo para os três pilares da sustentabilidade – econômica, social e ambiental – aumentando a consciência sobre a importância desse setor.
FONTE: https://www.sosma.org.br/
segunda-feira, 13 de novembro de 2017
O gigantesco 'mar de lixo' no Caribe com plástico, animais mortos e até corpos
Camada de lixo que tem flutuado entre as costas da
Guatemala e de Honduras vem causando tensão entre os dois países, que tentam
descobrir uma solução para o problema.
Camada de lixo flutuando
entre as costas da Guatemala e de Honduras (Foto: Cortesia de Caroline Power)
Latas, potes, talheres de plástico, roupas velhas,
seringas e até animais mortos...
Essa é a cena típica de qualquer lixeira. Mas esta
não uma lixeira qualquer.
Trata-se de uma ilha de lixo que flutua no Mar do
Caribe, entre as costas de Honduras e Guatemala, um camada de objetos
descartados que periodicamente chega às praias e que, ultimamente, tornou-se
uma fonte de tensão nas relações bilaterais entre os dois países.
Embora não seja um fenômeno novo, ele é
desconhecido de grande parte da comunidade internacional. Até por isso, as
imagens do "mar de lixo" no norte de Honduras viralizaram nas redes
sociais nas últimas semanas.
A fotógrafa britânica Caroline Power publicou
várias fotos que mostravam as águas próximas à ilha turística de Roatán,
cobertas de uma massa de detritos de todos os tipos.
Após a publicação das fotos e a chegada do lixo
flutuante em vários municípios da costa norte hondurenha, ambos os governos
realizaram uma reunião para discutir possíveis soluções para o imbróglio que se
estende há mais de três anos, de acordo com as autoridades locais.
Mas as conversas ficaram mais tensas em um ponto
fundamental: quem é o principal responsável pelos derramamentos?
De um lado, Honduras acusa seu vizinho de causar a
poluição que atinge as praias de Omoa, Puerto Cortés e as Ilhas da Baía. Do
outro, a Guatemala diz que é o país vizinho que derrama o lixo que o afeta.
Após as reuniões bilaterais, o governo de Tegucigalpa
deu a seu vizinho guatemalteco cinco semanas para controlar os vazamentos.
Caso contrário, dizem, eles recorrerão a
organizações e tratados internacionais.
Talheres de plástico flutuam em camada de lixo
Camada de lixo entre as costas da Guatemala e de Honduras (Foto: Cortesia de Caroline Power)
Os efeitos
Carlos Fonseca vive há 60 anos na comunidade de
Travesía, no município de Puerto Cortés, no norte de Honduras, e diz que há
alguns anos passou a ser rotina limpar o lixo que chega à sua casa.
"Nas estações chuvosas, limpamos logo cedo e à
tarde está cheio de lixo de novo, como se não tivéssemos feito nada. São pilhas
e pilhas de lixo por todos os lados", conta à BBC Mundo.
Fonseca diz que são os vizinhos que, na maioria dos
casos, são encarregados de limpar o lixo que chega à praia, ante a passividade
das autoridades municipais.
"É uma situação infeliz, porque é lixo, traz
doenças. Não sei se é daqui ou da Guatemala, mas para a gente é um
pesadelo", diz ele.
José Antonio Galdames, ministro dos Recursos
Naturais e Meio Ambiente de Honduras, disse à BBC que o problema do lixo que
chega ao país está se tornando "insustentável" não só para o
município de Omoa, um dos mais afetados, mas também para algumas ilhas e praias
que constituem alguns dos principais destinos turísticos da nação
centro-americana.
Na opinião do ministro, a presença de detritos
flutuantes tem um impacto negativo em quatro dimensões básicas, pois gera danos
ambientais, ecológicos, econômicos e de saúde.
"As pessoas não querem ir à praia porque têm
medo da contaminação. Não é bom se deitar em uma areia onde você coloca suas
costas e há uma agulha embaixo, ou você entra na água e fica com medo de
encontrar algo contaminado", afirma.
Ian Drysdale, engenheiro ambiental que coordena uma
iniciativa para a proteção do Sistema Arrecifal Mesoamericano, garante que essa
barreira de coral, a segunda maior do mundo, é uma das principais afetadas pelo
lixo.
"Devido aos movimentos das correntes marinhas,
isso pode ter um impacto negativo em toda a barreira, tanto na parte que
pertence a Honduras quanto na que pertence à Guatemala. Eu já encontrei lixo
diversas vezes na região dos recifes de coral", conta à BBC Mundo, o
serviço em espanhol da BBC.
Camada de lixo que tem flutuado entre as costas da
Guatemala e de Honduras (Foto: Cortesia Caroline Power)
Atrás do 'culpado'
Mas de onde vem tanto lixo?
Galdames diz que por trás da poluição atual está o
lixo que arrasa o rio Motagua, que atravessa a maior parte da Guatemala e
desemboca em Honduras.
"A maior parte da bacia do Motagua está no
lado guatemalteco. Dos 95 municípios que estão ao longo do rio, 27 estão
despejando resíduos sólidos. Nós temos apenas 3 municípios que fazem fronteira
com o rio. Por isso, 86% das descargas provêm deles", diz o ministro
hondurenho.
Ele acrescenta que, quando as autoridades de seu
ministério realizam inspeções, geralmente encontram objetos escritos "Made
in Guatemala".
Mas isso, afirma, não é o pior.
"Estamos recebendo roupas, plástico, lixo
hospitalar, objetos manchados com sangue, agulhas, seringas, animais e até
mesmo corpos humanos", diz.
A versão do ministro indica que, na ausência de
aterros na maioria dessas comunidades na Guatemala, na época de chuvas, a água
drena o lixo para o rio, que o leva ao mar e depois, pelo movimento das
correntes marinhas, se move para alguns municípios e ilhas de Honduras.
Rafael Maldonado, do Centro de Ação Jurídica
Ambiental e Social da Guatemala, apoia essa teoria e acrescenta que, por trás
dessa situação, há políticas equivocadas de sucessivos governos do país.
"A responsabilidade por este conflito do lixo
é do governo guatemalteco, que durante anos evitou tomar medidas para evitar
novos despejos nos rios", diz ele.
De acordo com o especialista, para evitar o
investimento público milionário para criar um sistema capaz de evitar que o
lixo termine nos rios, as autoridades da Guatemala adiam desde 2006 um
regulamento para evitar a contaminação do Caribe.
"O que está acontecendo em Honduras é o resultado
de uma má gestão ambiental na Guatemala. Honduras está recebendo o lixo de
grande parte da Guatemala, incluindo a capital, que despeja seu lixo no rio
Motagua e o leva para o mar. Isso acontece há anos e os governos não deram
qualquer importância para não ter que fazer o investimento necessário",
diz ele.
No entanto, o Ministro do Meio Ambiente da
Guatemala, Sydney Alexander Samuels, considera que seu país está tomando as
medidas necessárias para controlar os despejos no Caribe e garante que os rios
hondurenhos são os principais responsáveis pela atual situação.
"As acusações só levam em conta a parte da
Guatemala. Eles também devem considerar o que estão fazendo. Eles têm um rio
lá, o Chamelecón, que é praticamente um esgoto de Puerto Cortés e San Pedro
Sula. A maior parte do lixo que chegou a Roatán é de Honduras", disse ele
à BBC Mundo.
Samuels sustenta que seu governo nunca recebeu
informações sobre a citada descoberta de corpos humanos entre no lixo
transportado pelo rio.
"Eu nunca ouvi falar de cadáveres humanos lá.
Se for esse o caso, teria que ser investigado de onde eles vieram. Eu não tinha
ouvido isso", diz ele.
"Sim, nós contaminamos o Mar do Caribe através
do rio Motagua. Mas eu esclareço que não é só o Motagua, mas também Chamelecón
e Ulúa (dois rios de Honduras), e também asseguro que no próximo ano já não
estaremos transportando lixo para esse mar, pois teremos toda a infraestrutura
para que isso não aconteça", afirma.
O engenheiro ambiental consultado pela BBC, por
outro lado, também acredita que Honduras tem responsabilidade no atual
"mar de lixo".
"Há muitas comunidades em Honduras que não tem
nem sequer um caminhão para coletar o lixo. A gente despeja o lixo nos rios e
mais de 80% dos rios hondurenhos fluem para o Mar do Caribe. Esse costume de
culpar o outro pela sua responsabilidade é muito comum. Acho que o problema do
lixo é de todos", diz ele.
'Mar de lixo' entre as costas da Guatemala e de Honduras (Foto: Cortesia de Caroline Power)
Pressões e soluções
Além da disputa em torno das responsabilidades,
outro tema que gera polêmica entre os dois países são as possíveis soluções
para essa situação.
O ministro do Meio Ambiente de Honduras, embora não
queira ignorar o trabalho do país vizinho para conter o despejo, questiona que
as propostas da Guatemala estão orientadas "a médio e longo prazo".
"Eles estão falando sobre as soluções que
entrarão em vigor em 2018. Mas nós pedimos para que eles tomem medidas
imediatas: limpar os rios, limpar as praias, parar de jogar o lixo nos rios e
fechar os despejos clandestinos. E que estabeleçam um sistema de alerta precoce
para que possamos estar preparados para saber que o lixo chegará", diz
ele.
"Não estamos à procura de problemas, não
estamos à procura de ações judiciais. Estamos procurando responsabilidades
comuns, mas diferenciadas, esse é o princípio. Se você tiver responsabilidade
em 86% dessa bacia, deve ser sua responsabilidade procurar uma solução",
acrescenta.
Galdames afirma que, se ele não receber uma resposta
positiva até o final de novembro, seu país tomará medidas antes das
organizações internacionais.
"Se eles não fizerem nada em cinco semanas,
nos reservamos o direito de proceder de acordo com o estabelecido nos acordos
internacionais que existem em águas marítimas, áreas de fronteira compartilhada
e todos os acordos internacionais relacionados à proteção da diversidade
biológica", diz.
Mas do lado guatemalteco, medidas imediatas não são
contempladas.
"Eu acredito que não há moral aqui para estar
falando sobre isso que eles vão processar a Guatemala ou que eles querem
compensação, como eles tentaram mencionar, porque eu acredito que os rios deles
são os que estão despejando. Nós já estamos agindo e vamos resolver esse
problema até agosto do ano que vem. Não sei o que Honduras está fazendo.
Honduras não está fazendo absolutamente nada", disse o ministro Samuels.
"Com que moral eles vêm nos dizer que querem
medidas de curto prazo. O que eles querem? Concretamente, não há respostas. O
curto prazo é agosto de 2018. Eles não têm nada, nem curto, nem médio, nem
longo ou qualquer coisa. Essa é a questão que precisa ser esclarecida",
acrescenta.
Mas enquanto o fim da disputa sobre o despejo de
lixo entre os dois países ainda é incerto e se contemplam soluções a nível
governamental, um rio silencioso de lixo flutuante continua a chegar às praias
de Honduras.
"Agora, chegou uma frente fria e isso vai
trazer mais chuva. E sabemos que quando chove a praia fica cheia de lixo. É
assim há anos", diz Carlos Fonseca, da comunidade de Travesía.
Camada de lixo flutua entre as costas da Guatemala
e de Honduras (Foto: Cortesia de Caroline Power)
FONTE: BBC BRASIL
SOS Mata Atlântica e ICMBio ampliam parceria na gestão de Unidades de Conservação
A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) oficializaram nesta sexta-feira (27) a ampliação de sua parceria na gestão de Unidades de Conservação (UCs). Durante a cerimônia, houve a renovação dos acordos de cooperação já existentes e a assinatura de novas parcerias.
O evento contou com as presenças de Pedro Luiz Passos e Roberto Klabin, respectivamente presidente e vice-presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, além de Ricardo Soavinski, presidente do ICMBio.
“Esse encontro comemora o sucesso da parceria entre a SOS Mata Atlântica e o ICMBio. A primeira unidade federal marinha que apoiamos foi a Reserva Biológica do Atol das Rocas, há dez anos, com a criação de um fundo de perpetuidade no valor de R$ 1,7 milhão, na época, graças a doação de pessoas físicas. Os rendimentos desse fundo nos permitem apoiar a gestão, as pesquisas e garantir a sustentabilidade no longo prazo”, afirma Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação.
Cinco novas parcerias foram formalizadas durante o evento, elevando para 12 o número de UCs federais apoiadas pela Fundação SOS Mata Atlântica – que são geridas pelo ICMBio. São elas: Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Parque Nacional do Itatiaia, Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (Rebio) e o Núcleo de Gestão Integrada de Alcatrazes, que contempla o Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes e a Estação Ecológica de Tupinambás, e terá apoio da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA). As outras cinco, que já contavam com apoio anterior, são: Atol das Rocas, Estação Ecológica da Guanabara/Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-mirim, APA Costa dos Corais, Parque Nacional da Tijuca e a APA do Cairuçu, que se localiza em Paraty (RJ), e vem sendo apoiada pela SOS Mata Atlântica e parceiros desde 1998.
“A SOS Mata Atlântica mais que dobrou seu apoio direto a UCs federais neste ano. Essas áreas são importantíssimas para o desenvolvimento do país e da Mata Atlântica, porque, além de proteger a biodiversidade, contribuem para a produção de água, preservação do solo, desenvolvimento de pesquisas e oferecem espaços de convívio com a natureza por meio da visitação aos parques e atividades de educação ambiental”, disse Erika Guimarães, gerente de áreas protegidas da ONG.
Cada uma das cinco áreas receberá pelo menos R$ 90 mil ao longo de três anos, inicialmente, com possibilidade de ampliação do valor com a captação de novos recursos e parcerias. O objetivo é custear, inicialmente, despesas básicas do dia-a-dia, mas que têm extrema relevância para o bom funcionamento da unidade. “As parcerias são muito importantes para a gente conseguir dar conta do recado. Temos recursos grandes de compensação ambiental, mas faltam recursos para a operação”, afirma Ricardo Castelli, chefe da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC).
Ele pretende usar o valor para custear materiais e serviços necessários para fiscalização, educação ambiental, manutenção da sede e bases, além de apoio à pesquisa.
Fundos
A ONG conta hoje com três fundos de perpetuidade – que beneficiam a Rebio do Atol das Rocas, a Estação Ecológica da Guanabara/APA de Guapimirim e APA Costa dos Corais, esta última em parceria com a Fundação Toyota do Brasil. Outras unidades, como a APA do Cairuçu e Parque Nacional da Tijuca, contam com fundos específicos para apoio à gestão, implementação do plano de manejo e conselhos, com apoio do Bradesco Cartões. Os valores investidos variam entre R$ 90 mil e R$ 10 milhões, de acordo com as possibilidades de captação de recursos.
“Os Fundos têm a função de aliviar o déficit financeiro das UCs e contribuem também para fortalecer as ONGs e iniciativas no entorno, em prol da conservação e desenvolvimento regional. Além disso, esses modelos demonstram que diferentes setores da sociedade, pessoas físicas e empresas, também podem participar apoiando parques e reservas nas suas regões de influência”, diz Marcia.
Durante o evento, o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Pedro Passos, celebrou avanços no envolvimento da sociedade com as Unidades de Conservação. “Podemos ajudar na construção de recursos, mas temos que contar com gente competente. O Brasil, apesar de todas as dificuldades que vem passando, na área ambiental, em que as ameaças de retrocesso são grandes, a gente conta com um alinhamento de astros muito interessante: pela primeira vez vemos uma mobilização da sociedade, com eco no poder público”, afirmou.
O vice-presidente da ONG, Roberto Klabin, por sua vez, ressaltou a importância das parcerias. “São 10 anos de parceria e de profunda melhora da maneira como acessar fundos para garantir o custeio das Unidades de Conservação. Estou muito feliz de estar aqui comemorando com todos. São vocês que fazem a coisa acontecer. O que fazemos não é cogestão, é uma parceria público-privada. A minha preocupação é essa, de ver as coisas acontecendo e as pessoas começarem a acreditar nesse tipo de colaboração”, disse.
Também presente à cerimônia, o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, ressaltou a importância do envolvimento popular para a conservação das UCs. “Temos que fazer com que a sociedade tenha um sentimento de pertencimento em relação às Unidades de Conservação, pois elas são da sociedade, nós somos apenas os gestores. A gente passa, mas as UCs continuam. A sociedade tem que se aproximar mais. E acredito que estamos conseguindo alcançar esse objetivo”.
“Gostaria de agradecer à Fundação SOS Mata Atlântica e ao ICMBio pelo trabalho de união e esforço conjunto para trazer bons resultados”, afirmou a diretora-executiva da Fundação Toyota do Brasil, Saori Yano.
Fonte: https://www.sosma.org.br/
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
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