A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) oficializaram nesta sexta-feira (27) a ampliação de sua parceria na gestão de Unidades de Conservação (UCs). Durante a cerimônia, houve a renovação dos acordos de cooperação já existentes e a assinatura de novas parcerias.
O evento contou com as presenças de Pedro Luiz Passos e Roberto Klabin, respectivamente presidente e vice-presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, além de Ricardo Soavinski, presidente do ICMBio.
“Esse encontro comemora o sucesso da parceria entre a SOS Mata Atlântica e o ICMBio. A primeira unidade federal marinha que apoiamos foi a Reserva Biológica do Atol das Rocas, há dez anos, com a criação de um fundo de perpetuidade no valor de R$ 1,7 milhão, na época, graças a doação de pessoas físicas. Os rendimentos desse fundo nos permitem apoiar a gestão, as pesquisas e garantir a sustentabilidade no longo prazo”, afirma Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação.
Cinco novas parcerias foram formalizadas durante o evento, elevando para 12 o número de UCs federais apoiadas pela Fundação SOS Mata Atlântica – que são geridas pelo ICMBio. São elas: Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Parque Nacional do Itatiaia, Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (Rebio) e o Núcleo de Gestão Integrada de Alcatrazes, que contempla o Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes e a Estação Ecológica de Tupinambás, e terá apoio da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA). As outras cinco, que já contavam com apoio anterior, são: Atol das Rocas, Estação Ecológica da Guanabara/Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-mirim, APA Costa dos Corais, Parque Nacional da Tijuca e a APA do Cairuçu, que se localiza em Paraty (RJ), e vem sendo apoiada pela SOS Mata Atlântica e parceiros desde 1998.
“A SOS Mata Atlântica mais que dobrou seu apoio direto a UCs federais neste ano. Essas áreas são importantíssimas para o desenvolvimento do país e da Mata Atlântica, porque, além de proteger a biodiversidade, contribuem para a produção de água, preservação do solo, desenvolvimento de pesquisas e oferecem espaços de convívio com a natureza por meio da visitação aos parques e atividades de educação ambiental”, disse Erika Guimarães, gerente de áreas protegidas da ONG.
Cada uma das cinco áreas receberá pelo menos R$ 90 mil ao longo de três anos, inicialmente, com possibilidade de ampliação do valor com a captação de novos recursos e parcerias. O objetivo é custear, inicialmente, despesas básicas do dia-a-dia, mas que têm extrema relevância para o bom funcionamento da unidade. “As parcerias são muito importantes para a gente conseguir dar conta do recado. Temos recursos grandes de compensação ambiental, mas faltam recursos para a operação”, afirma Ricardo Castelli, chefe da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (SC).
Ele pretende usar o valor para custear materiais e serviços necessários para fiscalização, educação ambiental, manutenção da sede e bases, além de apoio à pesquisa.
Fundos
A ONG conta hoje com três fundos de perpetuidade – que beneficiam a Rebio do Atol das Rocas, a Estação Ecológica da Guanabara/APA de Guapimirim e APA Costa dos Corais, esta última em parceria com a Fundação Toyota do Brasil. Outras unidades, como a APA do Cairuçu e Parque Nacional da Tijuca, contam com fundos específicos para apoio à gestão, implementação do plano de manejo e conselhos, com apoio do Bradesco Cartões. Os valores investidos variam entre R$ 90 mil e R$ 10 milhões, de acordo com as possibilidades de captação de recursos.
“Os Fundos têm a função de aliviar o déficit financeiro das UCs e contribuem também para fortalecer as ONGs e iniciativas no entorno, em prol da conservação e desenvolvimento regional. Além disso, esses modelos demonstram que diferentes setores da sociedade, pessoas físicas e empresas, também podem participar apoiando parques e reservas nas suas regões de influência”, diz Marcia.
Durante o evento, o presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Pedro Passos, celebrou avanços no envolvimento da sociedade com as Unidades de Conservação. “Podemos ajudar na construção de recursos, mas temos que contar com gente competente. O Brasil, apesar de todas as dificuldades que vem passando, na área ambiental, em que as ameaças de retrocesso são grandes, a gente conta com um alinhamento de astros muito interessante: pela primeira vez vemos uma mobilização da sociedade, com eco no poder público”, afirmou.
O vice-presidente da ONG, Roberto Klabin, por sua vez, ressaltou a importância das parcerias. “São 10 anos de parceria e de profunda melhora da maneira como acessar fundos para garantir o custeio das Unidades de Conservação. Estou muito feliz de estar aqui comemorando com todos. São vocês que fazem a coisa acontecer. O que fazemos não é cogestão, é uma parceria público-privada. A minha preocupação é essa, de ver as coisas acontecendo e as pessoas começarem a acreditar nesse tipo de colaboração”, disse.
Também presente à cerimônia, o presidente do ICMBio, Ricardo Soavinski, ressaltou a importância do envolvimento popular para a conservação das UCs. “Temos que fazer com que a sociedade tenha um sentimento de pertencimento em relação às Unidades de Conservação, pois elas são da sociedade, nós somos apenas os gestores. A gente passa, mas as UCs continuam. A sociedade tem que se aproximar mais. E acredito que estamos conseguindo alcançar esse objetivo”.
“Gostaria de agradecer à Fundação SOS Mata Atlântica e ao ICMBio pelo trabalho de união e esforço conjunto para trazer bons resultados”, afirmou a diretora-executiva da Fundação Toyota do Brasil, Saori Yano.
Fonte: https://www.sosma.org.br/