sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Cartilha sobre Nova Lei Florestal


Link para baixar cartilha bem didática sobre a Nova Lei Florestal, preparada pela Imaflora e Ipef.

http://www.imaflora.org/downloads/biblioteca/52d7c3a819c3e_Guia_Aplicao_Nova_Lei_Florestal.pdf

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Divulgação: O rumo atual e a perda da biodiversidade no Brasil

O rumo atual e a perda da biodiversidade no Brasil
Liszt Vieira - 15/09/14

hippeastrum-brevifoliumHippeastrum brevifolium, espécie classificada como“Em perigo” no Livro Vermelho da Flora Ameaçada de Extinção(EN). Foto: Cláudio Augusto Mondin
O Brasil é um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. É um dos dezessete países que, juntos, possuem 70% da biodiversidade do planeta. O conjunto dos biomas terrestres (Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga e Campos do Sul) abriga 20% das espécies do planeta, constituindo 20% da flora global. O Brasil tem mais de 55% de cobertura vegetal nativa e 15% da água doce do planeta.
Tamanha biodiversidade reforça a importância das políticas orientadas para a conservação e o uso sustentável dos biomas, já que 60% das espécies ameaçadas de extinção estão em territórios protegidos, e aproximadamente 75% das áreas federais de conservação abrigam tais populações. A perspectiva é a conservação e uso sustentável de biodiversidade e florestas frente às ameaças representadas pelos efeitos das mudanças climáticas e pela exploração excessiva dos recursos naturais.
A freada na criação de UCs
"Entre 2003 e 2008, de todas as áreas protegidas no mundo, 75% foram criadas no Brasil durante a gestão da ex-ministra Marina Silva. No atual governo, nenhuma foi criada."
Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente, o Brasil conta com aproximadamente 1,5 milhão de km² de área coberta por Unidades de Conservação, o que corresponde a 16,6% da área continental nacional e 1,5% das águas jurisdicionais brasileiras. Considerando a área coberta por Unidades de Conservação federais e estaduais e as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no país, a maior parte se situa no bioma Amazônia, como pode ser observado na Figura 1. O Cerrado e a Mata Atlântica também detêm porções consideráveis da área protegida pelo SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), com 10,9% e 6,4%, respectivamente.
Além dessas unidades de conservação, as Terras Indígenas - que pertencem à União e representam aproximadamente 13% do território brasileiro - e os territórios quilombolas também são considerados áreas protegidas. A rica sociodiversidade, representada por mais de duzentos povos indígenas e comunidades locais (quilombolas, caiçaras, seringueiros etc.), reúne inestimável acervo de conhecimentos tradicionais sobre a conservação e o uso da biodiversidade.
As Unidades de Conservação (parques nacionais e estaduais) e as Terras Indígenas vêm sendo criticadas, principalmente pelo agronegócio, por serem protegidas e estarem fora do mercado. Existem cerca de 400 projetos no Congresso Nacional propondo a "desafetação", isto é, a retirada de áreas importantes dessas terras protegidas.
No Brasil, as Unidades de Conservação têm sido criticadas por, muitas vezes, não saírem do papel, havendo inúmeras lacunas e fragilidades, tais como regularização fundiária pendente, falta de funcionários e infraestrutura básica, falta de revisão ou ausência de plano de manejo, dentre outros problemas. Um exemplo de que nem sempre o problema é a falta de recursos é o que ocorre na Câmara Federal de Compensação Ambiental, cujo funcionamento burocrático dificulta e às vezes impede a aplicação de verbas para projetos em prol das unidades de conservação.
A definição de áreas prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade é uma importante ferramenta desenvolvida para o planejamento e gestão territorial, permitindo identificar áreas e ações prioritárias, com base em critérios específicos estabelecidos para cada bioma: 26,6% das áreas prioritárias localizam-se no bioma Amazônia, 21,6% na Mata Atlântica, 18,9% na Zona Costeira, 15,7% no Cerrado, 8,9% na Caatinga, 2,8% do Pampa e 1,9% do Pantanal.
Entre 2003 e 2008, de todas as áreas protegidas no mundo, 75% foram criadas no Brasil durante a gestão da ex-ministra Marina Silva. No atual governo, nenhuma foi criada.
figura-1Área coberta por unidades de conservação do SNUC (federais, estaduais e RPPN), por bioma, 2010 Fonte: MMA, 2010; Elaboração: SPI/MP
Aumento do desmatamento ameaça biodiversidade
No que se refere à cobertura florestal, na última década houve uma redução dos índices de desmatamento no território nacional. A Amazônia, que já perdeu 14,6% de sua cobertura original, teve redução significativa de desmatamento até 2012. Em 2013, porém, observou-se um aumento do desmatamento estimado inicialmente em 28%, e posteriormente confirmado em 29%, conforme mostram as Figuras abaixo.
figura-2
figura-3Taxa de desmatamento anual na Amazônia Legal Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE
"São 2.118 espécies ameaçadas, um aumento considerável em relação à contagem anterior. Essa informação não foi oficializada pelo Ministério do Meio Ambiente, provavelmente por razões políticas."
O INPE divulgou oficialmente em 10 de setembro último a taxa de desmatamento na Amazônia Legal no período de agosto de 2012 a julho de 2013. A avaliação consolidada mostra um crescimento de 29% em relação ao período anterior – agosto/2011 a julho/2012. O resultado final do mapeamento de 2013 apresentou uma taxa de 5.891 km² desmatados, comparados a 4.571 km² do período anterior. E dados do INPE divulgados em setembro de 2014 estimam que a Amazônia Legal perdeu 3.036 km² de floresta entre agosto de 2013 e julho de 2014, ou seja, 9,8% a mais em relação ao período anterior.
No que se refere à Mata Atlântica, estudo do INPE e do SOS Mata Atlântica, divulgado em maio de 2014, sobre o desmatamento no período de 2012 a 2013, revela um aumento de 9% em relação ao período anterior (2011-2012).
Assim, o desmatamento, que vinha caindo, recrudesceu nos últimos dois anos, principalmente em relação à Amazônia e Mata Atlântica. Isso significa enorme perda de biodiversidade, com destruição de espécies vegetais e animais, muitas ainda desconhecidas. E um grande prejuízo econômico e social para o país.
Após anos de pesquisa, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro lançou no primeiro semestre de 2013 o livro vermelho das espécies ameaçadas de extinção da flora brasileira. Das cerca de 44.000 espécies descritas, pouco mais de 6.000 foram avaliadas em relação ao risco de extinção, ou seja, 13,6% da diversidade de plantas. São 2.118 espécies ameaçadas, um aumento considerável em relação à contagem anterior. Essa informação não foi oficializada pelo Ministério do Meio Ambiente, provavelmente por razões políticas.
Da mesma forma, as espécies ameaçadas da fauna brasileira ainda não têm números definitivos. Oficialmente, segundo dados de 2008, são 627 espécies da fauna avaliadas como ameaçadas de extinção. Das 120.000 espécies no Brasil, (8.200 espécies de vertebrados e mais de 100.000 espécies de invertebrados),a meta do ICMBio é avaliar o risco de extinção de 10.000 espécies até o final deste ano, ou seja, pouco mais de 8% da diversidade total de animais.
O modelo econômico dominante prioriza o crescimento visto em termos quantitativos, como aumento do PIB, por exemplo, em detrimento da qualidade de vida da população. O desenvolvimentismo, hoje no poder, considera o meio ambiente como entrave ao crescimento. Essa mentalidade anacrônica e predatória está por trás da destruição da rica biodiversidade brasileira. O capitalismo selvagem não quer admitir que a floresta em pé vale mais do que abatida.
Mas os riscos dramáticos das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade – secas, inundações, desertificação, elevação do nível dos oceanos e acidificação, refugiados ambientais, falta de água e alimentos, etc. – alertaram o mundo quanto aos efeitos nocivos da sobre-exploração dos recursos naturais e da emissão de gases-estufa, abrindo espaço para os novos caminhos da sustentabilidade ambiental.

 http://www.oeco.org.br/convidados/28642-o-rumo-atual-e-a-perda-da-biodiversidade-no-brasil


Marcha pelo Clima

 

O Departamento de Engenharia Ambiental da UNESP/SJC está organizando, a partir da iniciativa da Avaaz, a "Caminhada pelo Clima" em São José dos Campos. 

Este movimento está sendo mobilizado em diversas parte dos mundo e ocorrerá simultaneamente no dia 21 de setembro.

A Marcha pelo Clima oco
rrerá com o principal objetivo de inspirar medidas para resolver a crise climática em decorrência da crescente emissão de poluição na atmosfera. 

Cientistas dizem que, se agirmos rápido o suficiente, podemos interromper uma queda aterradora em direção à destruição. Mas líderes mundiais dizem que o maior obstáculo para conseguir um acordo que salve nosso ambiente é fazer com que os políticos acreditem que o povo se importa com o assunto. Estamos muito perto de provar que eles estão errados. 

Essa ação massiva pelo meio ambiente acontecerá no mesmo momento em que chefes de Estado chegam em Nova York para uma reunião de emergência sobre o clima, convocada pela ONU. Se cada um de nós comparecer, e nós vamos fazer isso juntos, seremos como a própria força da natureza. Por isso, convido-os a se unirem ao Departamento de Engenharia Albiental da UNESP/SJC a voluntariar-se nessa causa e comparecer na Caminhada Global pelo Clima: 

  1. Quando: 2014-09-21, 11:00:00
  2. Onde: Parque Vicentina Aranha - Rua Engenheiro Prudente Meireles de Morais, 302, Vila Adyana - Jardim Apolo, São José dos Campos - São Paulo, 12209-530, Brazil
  3. O quê: Caminhada pelo Clima, No domingo, 21 de setembro, dias antes de uma importante reunião sobre o clima na ONU, membros da Avaaz no mundo todo vão participar da Caminhada pelo Clima. Os líderes mundiais não acreditam que um número suficiente de nós se importa com as mudanças climáticas, e é por isso que não estão encarando o desafio de salvar nosso planeta. Mas em 21 de setembro, nós temos uma chance sem precedentes de provar que eles estão errados, com a maior mobilização para o clima da história.
  4. Como: confirme sua presença clicando aqui: https://secure.avaaz.org/po/event/climate/Caminhada_pelo_Clima_116
  5. Você também encontra o evento no Facebook: https://www.facebook.com/events/738310739537354/

 
 
 
 

Montanhas, florestas, água e cidades

 
 Rio Paraíba do Sul e Serra da Mantiqueira, Resende-RJ (Luis Felipe Cesar)

Existem muitas definições de montanhas. Uma das mais abrangentes é adotada pela Convenção da Diversidade Biológica: "As montanhas são caracterizados por distintos valores abióticos, bióticos, sociais, culturais, econômicos e espirituais. Estruturalmente, estas áreas tendem a ter uma combinação das seguintes características físicas e biológicas: altitude ou declividade do terreno, climas diversificados, uma composição relativamente alta de espécies endêmicas e  espécies nativas, e graus de fragilidade e isolamento.  Funcionalmente, as montanhas são as torres de água do mundo e  podem servir como refúgio para muitas populações. Regiões de montanha também tendem a ser essenciais para as comunidades de terras baixas que dependem do fornecimento de bens e de serviços,  como água, energia, alimentos, madeira, animais selvagens, lazer  e valores espirituais".
O Brasil não se destaca internacionalmente como um país de montanhas e nem se reconhece como tal. No entanto, as montanhas que existem em seu território constituem espaços de alto valor para a proteção de ecossistemas, promoção do turismo e regulação climática, além de outros atributos, inclusive sociais e culturais.
Dentre tantos benefícios para a sociedade, as montanhas também possuem a capacidade de captar água da atmosfera e, por meio de suas nascentes, córregos e rios, abastecer as populações das cidades localizadas em áreas mais baixas. Essa virtude, no entanto, relaciona-se diretamente com a integridade da vegetação nativa das montanhas. As florestas e os campos de altitude característicos das áreas mais elevadas do Brasil são fundamentais para garantir o armazenamento da água das chuvas e, juntamente com o sub-bosque e o solo preservados, alimentar de forma continuada brejos e nascentes componentes da malha hídrica, com seus córregos, rios e lagos.
Mas a função das árvores vai além. No caso das matas nebulares, elas são capazes de captar o vapor da neblina, condensa-lo e transferir a água para o solo.  Estudos realizados na Costa Rica sugerem que a captação de água da neblina pelas árvores pode contribuir com até 30% do volume dos rios de uma região.
O projeto "Mudanças Climáticas em Montanhas Brasileiras: Respostas funcionais de plantas nativas de campos rupestres e campos de altitude a secas extrema", apoiado pela Fapesp e coordenado por  Rafael Silva Oliveira – IB/Unicamp, realizado no Parque Estadual de Campos do Jordão, comprova a importância das florestas de altitude no abastecimento dos muitos mananciais formares dos rios que abastecem as cidades localizadas mais abaixo.
O regime das chuvas é complexo e envolve muitas variáveis, mas a proteção dos ecossistemas de montanha é uma das ações fundamentais para garantir a perenidade dos grandes rios. No caso das serras da Mantiqueira e da Bocaina, aprimorar a gestão de seus mosaicos de áreas protegidas beneficia diretamente a milhões de pessoas que utilizam as águas do rio Paraíba do Sul.
 
 LF Cesar
 
http://ambienteregionalagulhasnegras.blogspot.com.br/2014/09/montanhas-florestas-agua-e-cidades.html
 
 


Coalizão de ONGs pede compromisso dos presidenciáveis para a conservação do patrimônio natural brasileiro

 

 
unidades de conservação
 
 
As unidades de conservação são importantíssimas não apenas para a proteção da biodiversidade, mas também indispensáveis para a vida e o bem-estar dos brasileiros. Um exemplo bastante atual em tempos de crise de abastecimento é que as unidades de conservação fornecem uma parcela significativa da água consumida em um terço das grandes cidades do mundo. No Brasil, mais de 30% da água consumida é captada diretamente ou em fontes a jusante dessas áreas, fontes que permaneceram limpas e necessitam de pouco investimento no tratamento da água, graças à presença de unidades de conservação. Além disso, estima-se que a água provida por essas áreas seja responsável por 79% da energia hidrelétrica nacional.
 
Além da água, as UCs fornecem outros serviços ambientais essenciais para a agricultura, fruticultura e também à vida das comunidades de seu entorno, como a purificação do ar, a regulação do microclima e o sequestro de carbono. Elas também representam geração de renda para milhares de brasileiros, pois importantes pontos turísticos naturais de grande beleza cênica são protegidos em seus interiores, além de algumas UCs marinhas funcionarem como berçários para o desenvolvimento de peixes que poderão ser pescados fora de seus limites.
 
"Unidades de conservação efetivamente implementadas contribuem diretamente para o desenvolvimento social e econômico do país. Elas são responsáveis, por exemplo, pela manutenção de mananciais hídricos que abastecem boa parte das cidades brasileiras e garantem a água que é utilizada na geração da maior parte da energia hidrelétrica do Brasil", destaca Rodrigo Medeiros, Vice Presidente da Conservação Internacional - Brasil.
 
O Brasil foi responsável por 75% da ampliação da área protegida no mundo entre 2003 e 2009. No entanto, a criação dessas áreas não foi acompanhada pelos investimentos necessários a sua efetiva implantação. Nem mesmo a regularização fundiária – prioridade para implantar uma área - foi realizada em muitas unidades. O baixo grau de implantação das UCs deprime o seu potencial de contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões em que elas se inserem, acirra conflitos e dificulta a disseminação do papel e importância das unidades. Em conseqüência desse fato e por não estarem inseridas de forma estratégica nos planos de desenvolvimento do país, mais de 45 mil quilômetros quadrados de UCs já foram perdidos em todas as regiões ao longo das últimas três décadas (equivalente a área do Estado de Espírito Santo).
 
Com 14 anos, pode-se dizer que o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) tem o potencial dos melhores sistemas de áreas protegidas do mundo. No entanto, para desenvolver todo esse potencial, é necessário enfrentar a falta e priorização da agenda pública e de maior compreensão da sociedade a respeito de sua importância.
 
Por isso, uma Coalizão da qual participam as principais organizações ambientalistas que atuam na conservação da biodiversidade entrega esta semana aos candidatos à presidência da República um documento com propostas para fortalecer o SNUC, formado por mais de 2.400 áreas que cobrem 17%do território brasileiro.
 
Com o documento, a Coalizão Pró-UCs quer obter dos candidatos compromissos formais que garantam a consolidação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, por meio da criação de 27 milhões de hectares, incremento do orçamento anual para custos recorrentes das UCs federais em pelo menos R$ 188 milhões (e esforços paralelos nas esferas estaduais) e regularização fundiária de pelo menos dois milhões de hectares nos próximos quatro  anos.
 
“A ciência ainda desconhece todo o potencial da biodiversidade brasileira abrigada nas unidades de conservação. Além disso, a capacidade dessas áreas em gerar divisas por meio do turismo e do uso sustentável não tem sido considerada de forma estratégica pelos recentes governos.” afirma Angela Kuczach, diretora da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação.
 
Para atingir a meta e reverter o quadro de ameaças, as organizações querem garantir, a blindagem da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9985/2000) frente às propostas vigentes no Congresso Nacional, que visam o enfraquecimento do SNUC e a alteração nos limites e grau de proteção das Unidades de Conservação. Entre os projetos considerados ameaçadores para as áreas protegidas estão o PL 7.123 / 2010, que propõe a abertura de estrada asfaltada através do Parque Nacional do Iguaçu e modifica o SNUC; o PL 3.682 / 2012, que abre UCs de proteção integral à mineração; as Propostas de Emenda Constitucional (PEC) 215 / 2000 (Câmara) e 72 / 2011 (Senado), que vinculam a criação de Unidades de Conservação e Terras Indígenas à aprovação do Legislativo.
 
A Coalizão quer ainda garantir a criação de Unidades de Conservação em processo avançado de discussão, tais como o Parque Nacional de Guaricana (PR), Parque Nacional de Boqueirão da Onça e Toca da Boa Vista (BA), Parque Nacional da Serra do Gandarela nos seus limites originais (MG), e ampliação do Parque Nacional Marinho de Abrolhos (BA).
 
Recursos para a conservação – A falta de sustentabilidade financeira é apontada pela Coalizão Pró-UCs como um dos grandes riscos à manutenção e alcance dos objetivos dessas áreas. Para contornar o problema, o grupo quer que os candidatos se comprometam em adotar mecanismos eficientes para a aplicação dos recursos das compensações ambientais, garantindo agilidade, transparência e ampla participação da sociedade civil. A aprovação e regulamentação de políticas que garantam a valorização e a sobrevida financeira das unidades de conservação, aponta a Coalizão, dependem da regulamentação dos artigos 34, 47 e 48 da Lei do SNUC; da aprovação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais, do Imposto de Renda Ecológico e da ampliação do ICMS Ecológico para todos os estados.
 
Testar novos modelos de gestão, que envolvam parcerias entre os setores público e privado (empresarial e organizações da sociedade civil) como alternativas importantes à consolidação das UC, é vital para melhorar a efetividade desses espaços, ampliando o aproveitamento de seu potencial socioeconômico, as oportunidades de interação da sociedade com a natureza e a mobilização social em defesa dessas áreas.
 
Segundo Malu Nunes, Diretora Executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção da Natureza, ainda falta aos governantes a certeza de que o estabelecimento e a implementação de um sistema de unidades de conservação é uma das principais estratégias para a conservação da biodiversidade, para a garantia do bem-estar da população, incluindo sua segurança hídrica, e para o desenvolvimento econômico do país.
 
Critérios técnicos - As organizações ambientalistas querem ainda que sejam estabelecidos processos de análise técnica transparente e consulta pública para avaliar a real relevância de redução, recategorização e desafetação de unidades de conservação.
 
“Nos casos extremos em que as alterações forem inevitáveis, deve-se estabelecer um processo de compensação das perdas a partir da ampliação das UCs ou criação de novas, garantindo a representatividade do sistema e proteção de áreas com biodiversidade equivalente”, afirma Jean François Timmers, Superintendente de Políticas Públicas do WWF-Brasil.
 
Estabelecer mecanismos, critérios e princípios para orientar a compensação de reservas legais (Código Florestal) por áreas equivalentes em biodiversidade na regularização fundiária de unidades de conservação; monitorar o desmatamento de todos os biomas brasileiros, são providências que podem assegurar melhores condições para as UCs e para todos que se beneficiam da sua existência.
 
O Brasil está desperdiçando um potencial único e esperamos que o próximo governo assuma compromissos claros com uma nova forma de desenvolvimento que tem como base o rico patrimônio natural do país”, conclui Timmers.
 
Secretaria Executiva do Mosaico Mantiqueira
 

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Projeto "Conservador das Águas”


Projeto em Extrema (MG) evitou o sumiço de 700 afluentes do Cantareira durante a seca.

TV Estadão | 06.09.2014
"Conservador das Águas" cerca córregos e riachos com vegetação em cidade mineira e paga proprietários rurais por serviços ambientais prestados para manter quantidade e qualidade dos rios.

http://tv.estadao.com.br/videos,PROJETO-EM-EXTREMA-MG-EVITOU-O-SUMICO-DE-700-AFLUENTES-DO-CANTAREIRA-DURANTE-A-SECA,259484,0,0.htm

Dia da Montanha Limpa nos dias 20 e 21 de setembro, no Planalto do Itatiaia



 

Olá a tod@s,
Esse ano, o Dia da Montanha Limpa está programado para 20 e 21 de setembro (sábado e domingo). 
A Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ), em parceria com o Parque Nacional do Itatiaia (PNI), convida você, seus amigos e demais voluntários a participarem dessa ação em prol da limpeza em nossas montanhas, especificamente no Planalto do Itatiaia, mediante a coleta de lixo nas trilhas e na estrada, remoção de pichações, retirada de lixo nas fendas e remoção do excesso de magnésio em vias de escaladas, por exemplo. 
Como dito, a ação será apenas no Planalto do Itatiaia, com a existência de um ponto de recepção aos que por lá aparecerem nos dias 20 e 21 de setembro, a partir das 08 horas.  
Além do recebimento de saco plástico para a coleta dos resíduos, há a previsão do recebimento de um adesivo do evento.  
Também serão bem vindas as inscrições prévias pelo e-mail ctmepni@ctmepni.inf.br  com citação de qual tipo de limpeza pretende realizar, o que muito nos auxiliaria  no planejamento das ações. 
Planejem uma atividade no Planalto do Itatiaia no dia 20 e/ou no dia 21 de setembro e participem do Dia da Montanha Limpa, “juntando o útil ao agradável”!!!
Chamem seus amigos, convidem outros montanhistas e escaladores, organizem as caronas solidárias e juntem-se a nós nessa empreitada !!!   
Qualquer dúvida, entrem em contato. 
Solicita-se ampla divulgação. 
Coordenação do Evento

Reflorestamento e Viveiros de Mudas em São Francisco Xavier



Matéria para o Planeta Vanguarda, no link:
 

ENCONTRO DE MOSAICOS | 21 e 22 de SET


Representantes de Áreas Protegidas de diferentes regiões do Brasil participam de seminários e debates no Rio de Janeiro. O encontro teve como objetivo ampliar o debate público através do diálogo entre gestores públicos, educadores, membros de organizações sociais e conselheiros de Unidades de Conservação.
Secretaria Executiva do Mosaico Mantiqueira

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Diversidade genética em áreas restauradas de Mata Atlântica surpreende pesquisadores

29/08/2014 
Por Karina Toledo
 
Agência FAPESP – Ao comparar a diversidade genética vegetal de três remanescentes florestais de Mata Atlântica com a de duas áreas em processo de restauração, todas no interior de São Paulo, pesquisadores da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) não observaram diferença significativa na maioria dos parâmetros analisados.
Apenas em termos de riqueza alélica (número de alelos diferentes para uma mesma região do genoma) e de riqueza de alelos privados (exclusivos de uma determinada população) as porcentagens encontradas nas áreas nativas foram maiores em relação às reflorestadas.

A análise, realizada com apoio da FAPESP, foi centrada em quatro espécies com potencial fitoterápico: araribá (Centrolobium tomentuosum, anti-inflamatório e anti-leishimania), cabreúva (Myroxylon peruiferum, antibiótica e analgésica), guaçatonga (Casearia sylvestris, anticancerígena) e pau-jacaré (Piptadenia gonoacantha, antioxidante).
Os dados foram apresentados pela pesquisadora Maria Imaculada Zucchi, da APTA, durante a 7ª Reunião de Avaliação do Programa BIOTA-FAPESP, realizada em São Paulo no dia 7 de agosto.

“A diversidade genética está diretamente relacionada com a longevidade de uma população e com a sua capacidade de evoluir em resposta a mudanças ambientais. No entanto, há algumas décadas, os projetos de restauração foram implantados com alta diversidade interespecífica [muitas espécies diferentes], mas pouca ou nenhuma atenção foi dada à diversidade intraespecífica [sementes oriundas de poucas matrizes de cada espécie]. Por esse motivo o resultado do estudo nos surpreendeu”, disse Zucchi.

O uso de sementes coletadas de um pequeno número de matrizes, explicou a pesquisadora, pode restringir a base genética nas áreas de restauração florestal, resultando em uma população constituída de plantas aparentadas.
“Inicialmente, não se observa nenhum problema. Contudo, ao chegar à fase reprodutiva, haverá grande número de cruzamentos entre indivíduos aparentados, causando a endogamia e podendo aumentar a frequência de alelos deletérios ou letais nessas populações, levando-as à diminuição ou ao declínio”, explicou Zucchi.

Outra consequência da utilização de plantas com base genética restrita em áreas de reflorestamento é o chamado “efeito fundador”, ou seja, o estabelecimento de uma nova população formada por um pequeno número de genótipos.
Para verificar se áreas reflorestadas de São Paulo estavam sofrendo com esse fenômeno, os cientistas da APTA e alunos do programa de Pós-graduação em Genética e Biologia Molecular do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) coletaram amostras das quatro espécies fitoterápicas na região de Cosmópolis, em processo de restauração há 54 anos, e em Iracemápolis, em restauração há 24 anos.
Também foram feitas coletas nos remanescentes da Estação Ecológica de Caetetus, ligada ao Instituto Florestal e situada na região de Gália; na Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Tietê (UPD-Tietê), da APTA; e na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Mata de Santa Genebra, no município de Campinas.

Ao todo, foram coletadas 414 amostras de araribá, 182 de cabreúva, 546 de guaçatonga e 394 de pau-jacaré. Desse total, foram selecionadas 20 matrizes produtoras de sementes de cada espécie com o intuito de estudar a taxa de cruzamento. O passo seguinte foi fazer a extração de DNA das amostras, a genotipagem – por um método semelhante ao usado nos testes de paternidade humanos – e o cálculo das frequências dos diferentes alelos encontrados.

De acordo com Zucchi, não houve diferença significativa entre as áreas estudadas na maioria dos parâmetros de diversidade genética – que leva em conta vários fatores populacionais como, por exemplo, o número de indivíduos heterozigotos encontrados.
Uma diferença pequena foi encontrada nas porcentagens de riqueza alélica. No caso da guaçatonga, os números foram 64% nas áreas naturais e 36% nas áreas restauradas. Para a cabreúva, as porcentagens foram de 54% e 46%, respectivamente. Para o araribá, foram 52% e 48% e, para o pau-jacaré, 56% e 44%.

Os pesquisadores também compararam os valores dos chamados alelos privados – aqueles que são exclusivos da população estudada. Nesse caso ficou mais evidente a discrepância entre áreas sendo que, para a guaçatonga, as porcentagens foram 92% nos remanescentes em relação a 8% nas áreas restauradas. No caso da cabreúva, as porcentagens foram 74% e 26%, respectivamente. Para o araribá foram 70% e 30% e, para o pau-jacaré, 68% e 32%.

Uma possível explicação para a pouca variação nos parâmetros de diversidade genética seria a ocorrência de fluxo de genes de remanescentes para as áreas reflorestadas próximas – processo que, segundo Zucchi, ficou evidente ao analisar os dados da cabreúva.
“Os indivíduos jovens das áreas restauradas possuíam alelos que não eram comuns aos indivíduos adultos da mesma área, mas eram semelhantes aos alelos encontrados em adultos de remanescentes florestais próximos, sugerindo a ocorrência de fluxo gênico da área natural para a restaurada”, comentou a pesquisadora.
O estudo da taxa de cruzamento mostrou que as espécies estudadas apresentam sistema misto de cruzamento, ou seja, podem tanto se autofecundar (autogamia) quanto cruzar com outros indivíduos da mesma espécie (alogamia). A exceção foi o araribá, que apresentou tendência à alogamia.
“Ao elaborar um projeto de conservação, uma das primeiras coisas a serem estudadas é a taxa de cruzamento, para entender como as espécies se reproduzem. Isso é importante, por exemplo, para calcular quantas matrizes diferentes serão utilizadas em uma determinada área a fim de garantir a diversidade genética necessária”, explicou Zucchi.

Genômica populacional
Nas últimas décadas, segundo Zucchi, a restauração florestal deixou de constituir o simples plantio de árvores para recobrir uma área desmatada, transformando-se na ciência que visa a reconstruir interações ecológicas complexas em comunidades vegetais degradadas pelas ações antrópicas.
Em artigo publicado no Journal od Biotechnology and Biodiversity, pesquisadores da APTA e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) discutem como os conceitos de genética de populações podem contribuir para tornar as políticas de restauração ainda mais eficientes.
“Indicadores de diversidade genética de populações, associados a outras ferramentas de conservação, são importantes para que consigamos implantar áreas reflorestadas com os níveis mínimos de riqueza alélica e de diversidade genética, que auxiliarão a conexão de remanescentes naturais, restaurando os processos ecológicos e garantindo ecossistemas funcionais, biologicamente viáveis e perpetuados no tempo”, opinou Zucchi. 

  http://www.agencia.fapesp.br/19702?email=true

População do entorno de Parques Nacionais será capacitada

Visitas aos Parques Nacionais triplicaram entre 2006 e 2013, passando de 1,9 milhão para 6 milhões

Foto: Divulgação Visitas aos Parques Nacionais triplicaram entre 2006 e 2013, passando de 1,9 milhão para 6 milhões

Cursos gratuitos

São 200 cursos em 77 municípios brasileiros com o objetivo de profissionalizar moradores para receber os turistas
O novo módulo do programa que leva acesso ao ensino técnico profissionalizante, com apoio do Ministério do Turismo, está investindo na capacitação de artesãos, produtores e agricultores familiares que atuam no setor turístico. Nesta etapa, o foco é no desenvolvimento de comunidades de 77 municípios localizadas no entorno de 12 Parques Nacionais. A meta é capacitar a população para lidar com o aumento de turistas na região.
As visitas aos Parques Nacionais triplicaram entre 2006 e 2013, passando de 1,9 milhão para 6 milhões, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A demanda deve crescer ainda mais com os investimentos dos ministérios do Turismo e Meio Ambiente em infraestrutura e acesso.
Entre os 200 cursos oferecidos gratuitamente estão os de marceneiro, artesão, montador de calçados, auxiliar de cozinha e pescador profissional. Todos gratuitos e oferecidos em parceria com o Senac, Sest/Senat, Senai, Senar e Institutos Federais e Estaduais de Ensino. Representantes dos municípios já estão sendo chamados para participar de treinamentos em Brasília. As aulas estão previstas para terem início em 2015. 
“A proposta é que os municípios invistam em seus profissionais para que adquiram técnicas e organizem a produção”, diz o ministro do Turismo, Vinicius Lages. “Desta forma, serão capazes de lidar com o aumento de turistas, oferecendo produtos de qualidade, gerando renda e valorizando a própria cultura”, afirma.
Segundo um estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os Parques Nacionais poderiam gerar, só com visitação, pelo menos R$ 1,6 bilhão por ano, já que exercem um forte apelo entre os brasileiros e turistas estrangeiros que visitam o País. O Brasil é hoje considerado o primeiro em atrativos naturais, de acordo com o ranking de competitividade em turismo do Fórum Econômico Mundial, que avalia 140 nações.
Na cidade de Quatis (RJ), um dos municípios contemplados pelo programa, localizada a cerca de 61 Km do Parque Nacional de Itatiaia, os principais atrativos são o mel de abelha, os bordados, as plantas medicinais e as bebidas destiladas. Para Quatis, o curso de destilador de bebidas do programa pode aumentar a produtividade da região e os ganhos com o produto. “Espero que os cursos gerem uma vantagem competitiva à cidade, que os cidadãos se desenvolvam profissionalmente e que empresários se aproximem de nossa região”, diz Fabricio Souza, diretor de Cultura da Secretaria de Turismo da cidade.
Para a escolha dos 77 municípios, foram considerados critérios como a presença de rede ofertante de cursos, o fato de integrarem o mapa do turismo brasileiro e a localização na área de abrangência dos 12 Parques Nacionais priorizados pelo Ministério do Turismo. Além disso, levou-se em consideração aqueles localizados nas 14 regiões turísticas definidas no mapa do turismo brasileiro, assim como os municípios considerados patrimônio cultural mundial da humanidade (Unesco), contendo conjuntos urbanos e bens materiais tombados pelo Iphan.
Os Parques Nacionais que serviram de base para a seleção dos municípios foram Anavilhanas (AM); Lençóis Maranhenses (MA); Ubajara (CE); Brasília (DF); Chapada dos Guimarães (MT); Chapada dos Veadeiros (GO); Serra do Cipó (MG); Tijuca (RS); Itatiaia (RJ e MG); Serra dos Órgãos (RJ); Aparados da Serra (RS) e Serra Geral (SC).
Até o momento, mais de 166 mil pessoas já se inscreveram nos cursos de qualificação profissional em turismo, que ocorrem em 120 cidades do País. Os cursos mais procurados são os de auxiliar administrativo (cerca de 34 mil inscritos); inglês básico (cerca de 13 mil) e recepcionistas em meios de hospedagens (cerca de 12 mil).

Fonte:
Ministério do Turismo

http://www.brasil.gov.br/turismo/2014/08/populacao-do-entorno-de-parques-nacionais-sera-capacitada