Por Simone Freire,
Do Brasil de Fato
Você sabe de onde vem o alimento que você come em casa, na escola, na creche? Aqueles que compramos em nossa rua, no nosso bairro?" É esta a primeira pergunta da cartilha “De onde vem a nossa comida?”, lançada nesta sexta-feira (23), durante o ato político da 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, em São Paulo (SP).
"Essas cartilhas, que nós camponeses e camponesas estamos elaborando a
partir da nossa história, a partir da nossa prática em produção de alimentos
saudáveis, são para que a população brasileira tenha consciência que é possível
uma outra forma de produção que preserve a natureza e que preserve a vida principalmente",
disse Maria Cristina Vargas, do setor de Educação do MST, durante a
apresentação da cartilha no ato.
Foto: Alexandre Gonçalves
Neste sentido, com ilustrações e linguagem próprias, a publicação busca resgatar a relação entre ser humano e natureza, além de mostrar para as novas gerações como este vínculo vem sendo transformado ao longo da história.
"Os processos trouxeram impactos muito sérios e foram sendo determinados
pela forma de produção capitalista, o que trouxe mudanças significativas dessa
relação do trabalho com a natureza, ou seja, de realizar a agricultura. Ensinar
educação ambiental para as crianças não é ensinar a separação do lixo. É
ensinar como que a gente recuperar esta relação do ser humano com a natureza.
Como que a criança pode entender que mesmo na cidade ela tem uma relação com a
natureza", explica Nivia Regina da Silva, coordenadora da Campanha
Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Centros urbanos
Foto: Maria Aparecida
Lançar a cartilha durante a Feira da Reforma Agrária e na cidade de São Paulo, uma metrópole que sofre diariamente os impactos da poluição do ar, da água e do meio ambiente, é bastante significativo por dois motivos, explica a coordenadora da Campanha contra os Agrotóxicos. "Um é para dentro do Movimento, que é pensar e fomentar a agroecologia para dentro das escolas e para as nossas crianças", explica.
Lançar a cartilha durante a Feira da Reforma Agrária e na cidade de São Paulo, uma metrópole que sofre diariamente os impactos da poluição do ar, da água e do meio ambiente, é bastante significativo por dois motivos, explica a coordenadora da Campanha contra os Agrotóxicos. "Um é para dentro do Movimento, que é pensar e fomentar a agroecologia para dentro das escolas e para as nossas crianças", explica.
O segundo motivo é pela necessidade de contrapor os materiais de educação
ambiental construídos por empresas. Em resumo, é fazer enfrentamento à forma
como o agronegócio conta a história da agricultura. "Hoje você vê empresas
do agronegócio ensinando uma educação ambiental bastante conservadora e clássica no sentido de apenas separar o lixo e o uso seguro de agrotóxico, mas
sem a gente entender a fundamentação de como essa agricultura do ponto de vista
histórico foi transformada", criticou Nivia.
A partir do lançamento deste projeto piloto da cartilha, a proposta agora é
dialogar com as escolas, fazer os ajustes necessários e expandir seu conteúdo.
"A ideia é no final do ano, a partir das mudanças que a gente vai fazer,
enviar a cartilha para todas as escolas da cidade e do campo", conclui
Nivia.
http://www.mst.org.br/2015/10/24/recontando-a-historia-do-campo-cartilha-sobre-agroecologia-e-lancada-na-1a-feira-nacional-da-reforma-agraria.html