terça-feira, 25 de outubro de 2016

Proteção das cavernas ganha forte aliado

Publicado: Segunda, 24 de Outubro de 2016, 18h36

ICMBio lança documento para auxiliar estudos de licenciamento ambiental em áreas onde as cavidades naturais subterrâneas possam ser impactadas


N5Sul Pequia 1

Brasília (24/10/2016) – Para evitar que as cavidades naturais subterrâneas brasileiras sejam impactadas por empreendimentos ou atividades em seus arredores, o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (Cecav), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, (ICMBio), realizou uma série de estudos sobre o assunto, que resultaram na publicação de dois documentos sobre Sismografia Aplicada à Proteção do Patrimônio Espeleológico.

O objetivo é impedir que as vibrações sísmicas – movimentos vibratórios das partículas das rochas – causadas pela mineração, construção de rodovias, ferrovias, obras de engenharia, entre outros fatores, possam causar danos irreversíveis às cavernas, como sua derrubada parcial e até total. (Clique aqui para ter acesso aos documentos). 

Segundo os gestores do Cecav, o documento é uma contribuição técnica a ser utilizada em análises de estudos ambientais de regiões onde haja cavernas concomitantemente ao interesse de empreendedores. Nele, são estabelecidas diretrizes e orientações necessárias para controlar vibrações decorrentes das construções de empreendimentos.

Esse conjunto de material, ainda segundo o Cecav, poderá contribuir para a elaboração de termos de referência em processos de licenciamento ambiental. A expectativa é que com a utilização dessas diretrizes, os órgãos licenciadores passem a ter maior domínio técnico sobre o tema e maior segurança no momento da avaliação e, quando necessário, sugiram meios alternativos e adequados para conservação desses patrimônios naturais.

A preservação e conservação das cavernas, sítios espeleológicos e suas respectivas áreas de influência visa à manutenção dos sistemas ecológicos, sensíveis e diferenciados. Nas cavernas podem ser desenvolvidos estudos científicos minuciosos e sistemáticos em diversos campos do conhecimento.

Entre os importantes papéis que as cavernas desempenham no meio ambiente, está o de atuar no armazenamento estratégico de água, com a carga e recarga de aquíferos. Além disso, ressaltam os gestores do Cecav, os ambientes cavernícolas registram informações relativas aos processos geológicos, possibilitando pesquisar a origem, a formação e as sucessivas transformações da litologia (estudo especializado em rochas e suas camadas) local e do paleoclima (clima de determinado período pré-histórico). As cavernas são também opções para atividades turísticas e esportivas.

Comunicação ICMBio
(61) 2028-9280

III Seminário Regional: Soluções para o Saneamento Rural

Estão abertas as inscrições para o III Seminário Regional, que acontece em 26 de outubro no Auditório do Parque Tecnológico de São José dos Campos (Rodovia Presidente Dutra, km 137,8, Eugênio de Melo). O evento será realizado das 14h às 18h e as inscrições são gratuitas.

O seminário é uma realização do Instituto de Ciência e Tecnologia da Unesp (ICT/Unesp) em parceria com a Prefeitura de São José dos Campos, o Parque Tecnológico e a Comissão Socioambiental da Diocese de São José dos Campos. O objetivo do evento é discutir as condições de saneamento rural no Vale do Paraíba e apresentar as tecnologias aplicáveis ao tratamento dos resíduos e efluentes gerados nas atividades.

Participe e se inscreva aqui: http://www.inscricoes.fmb.unesp.br/inscricao.asp

"BIG DATA- A BLESSING OR MERELY INFORMATION OBESITY" - Cases de Sustentabilidade em cidades inteligentes.

A 6ª Edição do GOOD IDEAS CO-NNECT traz o tema "BIG DATA- A BLESSING OR MERELY INFORMATION OBESITY" - Cases de Sustentabilidade em cidades inteligentes.

Teremos a presença internacional do William “Billy” Hall.

Billy é fundador e presidente do conselho de administração da NewFields, empresa americana de consultoria ambiental com atuação no Brasil desde o ano 2000, focada em resolução de grandes conflitos ambientais. Possui mais de 40 anos de experiências e é considerado uma referência na área ambiental. Billy é um especialista em análise de dados e sistemas ambientais, análise de decisão, planejamento estratégico e projetos de remediação de áreas contaminadas.

​Mediador: Wilson Cabral, Coordenador do departamento de Recursos Hídricos do ITA , participante do Conselho de Meio Ambiente.
Rodape

Florestas nativas crescem mais de 80% no Vale do Paraíba paulista


Mapeamentos feitos a partir de imagens de satélite revelaram que entre 1985 e 2015 as áreas de floresta passaram de 250 mil para 455 mil hectares, o que representa um acréscimo de 83% em floresta nativa na porção paulista do Vale do Paraíba, região localizada ao longo do curso do Rio Paraíba do Sul, leste do Estado de São Paulo e sul do Rio de Janeiro, cortada pelo eixo viário que conecta os dois maiores centros urbanos do País.

 O estudo foi conduzido pela Embrapa Monitoramento por Satélite (SP) e mostrou que a alteração ocorreu principalmente em porções antes ocupadas por pastagens. Atualmente, a cobertura florestal nativa representa 33% da bacia do Rio Paraíba do Sul, no seu trecho paulista, ante 18% registrado em 1985.

O aumento das áreas de florestas na região não ocorre por meio do plantio de novas árvores, mas pela regeneração da vegetação em áreas onde a agricultura e a pecuária não são competitivas, principalmente sobre terrenos declivosos. Segundo o pesquisador da Embrapa Monitoramento por Satélite Carlos Cesar Ronquim, os fatores que contribuem para esse crescimento são diversos e estão interligados. "A característica do relevo da região é um ponto importante. O Vale do Paraíba está situado entre duas formações montanhosas, a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar. Mais de 50% de sua área total, calculada em quase 1,4 milhão de hectares, é dominada por terrenos com grau de declividade acima de 20%, um relevo acidentado que dificulta a ocupação por culturas agrícolas e o uso de mecanização e irrigação", afirma.

A região mostra-se adaptada preferencialmente para o cultivo de pastagens extensivas, responsáveis pela produção de carne e de leite. Mas até mesmo a pecuária enfrenta problemas com a rentabilidade da produção e tem dificuldades para manter a atividade e competir com outras regiões mais aptas. "O menor investimento dos proprietários contribui para a diminuição do manejo em áreas menos adequadas ao pastoreio pelos animais, como os topos de morros e as encostas mais íngremes. As leis ambientais em vigor também impõem restrições que dificultam o corte ou a queima da ‘capoeira' que se forma nessas porções sem manejo. O abandono dessas áreas acaba favorecendo a volta da vegetação nativa", explica o pesquisador.

Sequestro de Carbono

Em 30 anos, a recuperação de 205 mil hectares de florestas nativas do bioma Mata Atlântica, registrada na região do Vale do Paraíba paulista, representou um sequestro de 35,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono – isso sem contar os valores acumulados nas raízes, no solo e na serapilheira, camada de matéria orgânica que fica na superfície do solo. A quantidade de carbono sequestrado por hectare foi obtido a partir da revisão de estudos sobre florestas nativas primárias e secundárias do Sudeste brasileiro.
Ronquim explica ainda que a vegetação desta região da bacia do Rio Paraíba do Sul está contribuindo positivamente para a diminuição da concentração de CO2 na atmosfera, e, consequentemente, os impactos negativos do efeito estufa. "Se considerarmos toda a área de floresta nativa do Vale do Paraíba paulista, calcula-se um sequestro 129,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono", afirma o pesquisador. Somada às áreas com plantios de eucalipto, que contribuem com 16,1 milhões de toneladas de dióxido de carbono, a quantidade sequestrada pelo componente florestal da região alcança 145,6 milhões de toneladas.

Estes e outros resultados foram apresentados em setembro no simpósio internacional SPIE 2016 Remote Sensing and Security + Defence, realizado em Edimburgo, na Escócia, e estarão descritos no artigo científico que será publicado ainda neste mês.
De acordo com dados do Observatório do Clima, o Brasil lançou na atmosfera, em 2014, cerca de 1,6 bilhão de toneladas de dióxido de carbono. A mudança de uso da terra, relacionada principalmente a desmatamentos na Amazônia e no Cerrado, é o maior responsável pelas emissões, contribuindo com 472,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Para o pesquisador Carlos Cesar Ronquim, o Vale do Paraíba paulista apresenta um fenômeno inverso ao que ocorre no Brasil. "A região está contribuindo para o aumento no sequestro do carbono da atmosfera justamente por meio da mudança de uso da terra – só que ao invés da perda de florestas para as pastagens, consequência de desmatamentos, está ocorrendo o crescimento de florestas nativas sobre áreas antes ocupadas por pastos", explica.

Ele ressalta que o pagamento por serviços ambientais e outras vantagens econômicas, como o mecanismo de Redução de Emissões pelo Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), podem ser alternativas promissoras de compensação para o produtor rural que preserva suas florestas e protege a biodiversidade em sua propriedade. Além de contribuir para o sequestro do carbono, a recuperação florestal traz ainda outros benefícios, como a regulação da temperatura e da umidade do ar, o aumento da infiltração da água no solo e o suprimento dos lençóis freáticos, a redução da erosão e a formação de barreiras naturais contra pragas e doenças da agricultura.

Floresta, pasto e eucalipto

Os dados levantados pela Embrapa Monitoramento por Satélite são resultados do projeto de pesquisa GeoVale. O objetivo do estudo foi mapear as principais mudanças no uso e cobertura das terras da região ocorridas entre 1985 e 2015, com foco nas áreas de floresta nativa, pastagens e reflorestamentos de eucalipto. As pastagens, voltadas para a produção de carne e leite, ainda representam a maior cobertura, com 651 mil hectares. Porém, nos últimos 30 anos essa área regrediu 32% e quase metade do pasto que ainda existe na região, cerca de 40%, apresenta distintos estágios de regeneração da vegetação nativa – o chamado "pasto sujo", que não é mais manejado e ao longo dos anos poderá formar novas florestas.

Nesses 30 anos, as pastagens cederam espaço também para os reflorestamentos de eucalipto, que atualmente ocupam 114 mil hectares e representam 8,1% da área do Vale do Paraíba paulista. A silvicultura, com base na eucaliptocultura, foi o setor da economia agroindustrial que mais se desenvolveu econômica e tecnologicamente. Ronquim explica que dentro do plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), do governo federal, as florestas plantadas representam uma das estratégias que permitem conciliar a produção de madeira e bioenergia com a redução da emissão dos gases de efeito estufa.
A pecuária permanece como a principal geradora de renda agrícola na região. Apesar da redução das áreas de pastagem, a produção de carne e de leite aumentou entre 1985 e 2015 – a produção de carne passou de 731 mil para 2,9 milhões de arrobas e a produção leiteira saltou de 187 mil para 206 mil litros, mesmo com um rebanho menor. Índice que mede o desempenho econômico das principais atividades agrícolas, o Valor da Produção Agropecuária (VPA) da carne vem crescendo desde a década de 1990 e atualmente é a atividade que mais contribui para a renda na região. A produção de leite, por outro lado, vem diminuindo sua participação no VPA e atualmente compete com a eucaliptocultura pelo posto de segundo maior contribuinte para a geração da renda agrícola no Vale do Paraíba paulista.

Arroz

O arroz ainda é a principal cultura agrícola da bacia, que detém perto de 85% da produção do Estado de São Paulo. Entretanto, de acordo com os dados levantados pela Embrapa, as áreas cultivadas também vêm diminuindo. Em 1985, a atividade ocupava uma área de 23,4 mil hectares. Já em 2015 a produção ocorreu em apenas 11,8 mil hectares. O baixo preço de mercado e a diminuição na oferta de mão de obra estão entre as principais dificuldades enfrentadas pelo produtor, mas a escassez de água também aparece como fator limitante.
"O cultivo de arroz no Vale do Paraíba ocorre por meio de inundação, principalmente na várzea do Rio Paraíba do Sul, e a água vem direto da Serra da Mantiqueira. O baixo volume que os produtores conseguem captar, devido às frequentes secas e à restrição imposta pelos órgãos reguladores estatais, está sendo insuficiente para produzir adequadamente e manter a qualidade do cereal", explica Ronquim. Na competição por área, ele cita ainda a expansão da urbanização e a atividade de extração de areia. "A área ocupada para extração de areia, na região, já é superior a 2,3 mil hectares".


Convite para o 1º concurso de ações Socioambientais dos CIESP do Vale do Paraíba e Alto Tietê


Guia de Plântulas e Sementes da Mata Atlântica do Estado de São Paulo


Guia de Plântulas e Sementes da Mata Atlântica do Estado de São Paulo

Em comemoração ao Dia da Árvore (21 de setembro), o IPEF compartilha o "Guia de Plântulas e Sementes da Mata Atlântica do Estado de São Paulo"

Disponível no endereço: http://ipef.br/publicacoes/guiaplantulas/

Autores:
Felipe Furtado Frigieri
Natasha Sant Anna Iwanicki
Flávio Bertin Gandara
Elza Martins Ferraz
Gerson Oliveira Romão
Guilherme Furlan Coletti
Vinicius Castro Souza
Maria Andréia Moreno

Prefácio

Há muito tempo atrás no meio de uma exuberante Mata Atlântica, um indiozinho pergunta: Pai onde fica o coração da floresta? O pai a princípio fica sem resposta, mas ao pisar em um fruto de jatobá, já corroído pelo tempo, mostra a seu filho as sementes daquela árvore majestosa, compartilhadas dentro do fruto e como em um filme, plântulas de jatobá passam a bailar aos olhos do menino. O pai vira-se para seu filho e lhe diz: quando conhecer as sementes, as plântulas e as árvores jovens de uma floresta encontrará dentro de si o seu coração e nunca mais se separará dele, pois são as crianças da floresta que garantem a sua perpetuação e conhecê-las é incorporar dentro de si o Espírito da Floresta. Desse modo, esse guia de plântulas e sementes de espécies arbóreas da Mata Atlântica é uma obra indispensável, feita por especialistas, que dedicaram parte de suas vidas a ler, observar, coletar e organizar um conhecimento fundamental, para que a sociedade como um todo, possa entender a infância da Mata Atlântica, que é a formação florestal mais fascinante que ocorre no Estado de São Paulo.

Prof. Dr. Mário Luiz Teixeira de Moraes
UNESP - Ilha Solteira

Apresentação

Pesquisas sobre desenvolvimento e morfologia de plântulas têm sido realizadas com diferentes enfoques, quer para o reconhecimento e identificação dos estádios iniciais de desenvolvimento de espécies arbóreas de certa região ou ecossistema, quer como parte de pesquisas morfo-anatômicas de determinadas espécies ou de grupamentos sistemáticos (LEONHARDT et al., 2008).

Ainda de acordo com estes autores, no Brasil, apesar do número crescente de trabalhos, devido à riqueza da flora, há, ainda, carência de pesquisas que proporcionem o conhecimento das espécies nativas, principalmente em seus estádios iniciais de desenvolvimento, e que possam servir de referência e subsídio para os programas de recuperação e manejo de áreas naturais.

O “Guia de Plântulas e Sementes da Mata Atlântica do Estado de São Paulo” visa suprir parte desta lacuna do conhecimento, o qual se constitui como material de referência para estudantes e pesquisadores que trabalham em áreas do conhecimento que envolvam: morfologia de plantas, taxonomia, botânica, ecologia de espécies arbóreas, produção de mudas, manejo, recursos florestais, entre outros, tendo como diferencial a apresentação
de imagens dos diferentes estádios de desenvolvimento das plântulas de espécies arbóreas da Mata Atlântica, constituindo-se uma referência inédita.

Este material também visa auxiliar viveiristas na correta identificação de mudas produzidas, assim como agentes ambientais (CETESB, IBAMA, Polícia Ambiental, entre outros), que avaliam e fiscalizam projetos de restauração florestal.

Neste trabalho apresentamos descrições biométricas de sementes e propágulos, caracterização e acompanhamento do desenvolvimento da germinação até o estádio de plântula, além de imagens ilustrativas de frutos, das sementes, etapas de germinação e indivíduos juvenis de 62 espécies vegetais arbóreas da Mata Atlântica, com ocorrência no Estado, visando enriquecer o conhecimento já existente sobre a biodiversidade da Mata Atlântica.

Os autores