quinta-feira, 7 de maio de 2015

Primatas paulistas ganham proteção permanente

Em 2014, o mico-leão-preto foi declarado como Patrimônio Ambiental do Estado de SP
Em 2014, o mico-leão-preto foi declarado como Patrimônio Ambiental do Estado de SP
A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA) e o Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP promovem, dia 12 de maio, das 9h às 17h, o Seminário Pró-Primatas Paulistas (auditório do IEA – Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo).
O objetivo do evento é ampliar o interesse da sociedade na proteção desses animais e divulgar o trabalho realizado pela Comissão Pró-Primatas Paulistas, da Secretaria do Meio Ambiente. Os palestrantes vão traçar um panorama da situação dos macacos nativos do estado de São Paulo e discutir ideias de como salvar esses animais.
No mundo, são conhecidas 497 espécies de primatas. Com a inclusão das subespécies reconhecidas, esse número sobe para 696. No Brasil, existem 123 espécies distribuídas em cinco famílias, que representam aproximadamente 25% dos indivíduos em nível mundial. No estado de São Paulo, existem 10 espécies, seis das quais ameaçadas de extinção.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), por intermédio do programa para análise da situação global da biodiversidade, elaborou um plano estratégico para conservação da biodiversidade, contendo cinco principais estratégias de ação:
1) abordar as causas de perda de biodiversidade por meio da integração entre o governo e sociedade;
2) reduzir as pressões diretas sobre a biodiversidade e promover o uso sustentável;
3) melhorar a situação da biodiversidade protegendo os ecossistemas, espécies e diversidade genética;
4) realçar os benefícios da biodiversidade e serviços ecossistêmicos para todos; e
5) promover a execução de ações para conservação por meio de um planejamento participativo, que envolva capacitação e gestão do conhecimento.
Para proteger os primatas que vivem no território paulista, a Secretaria do Meio Ambiente criou a Comissão Permanente de Proteção dos Primatas Nativos do Estado de São Paulo – Pró-Primatas Paulistas, com o objetivo de promover o conhecimento científico, conservação, recuperação das espécies em seu habitat natural e educação ambiental.
A comissão elaborou o Plano de Ação para Conservação dos Primatas Paulistas que prevê a realização, entre outros, dos seguintes projetos: plano de atendimento a emergências, conservação do mico-leão-preto em paisagens fragmentadas, pesquisa e conservação de muriqui-do-sul em Barreiro Rico, estratégia para conservação no extremo oeste paulista; e ampliação da Estação Ecológica de Caetetus.

Mico-leão-preto – símbolo da conservação da fauna paulista

Em junho de 2014, o governo de São Paulo declarou o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus) como Patrimônio Ambiental do Estado, determinando a todos os órgãos da administração pública, em especial à Secretaria do Meio Ambiente, o desenvolvimento dos esforços necessários à proteção e recuperação dessa espécie na natureza.
O mico-leão-preto é o único primata que só existe no território paulista. Considerado extinto em 1905, foi redescoberto, em 1970, no município de Teodoro Sampaio. Por ocorrer em áreas desmatadas, atualmente sua população encontra-se reduzida e fragmentada, restrita a poucas áreas da Mata Atlântica do interior de São Paulo.
Muito sociável e de hábitos diurnos, a população atual do mico-leão-preto se resume a pouco mais de mil indivíduos, distribuídos em aproximadamente 20 fragmentos florestais isolados nas regiões do Baixo, Médio e Alto Paranapanema. Sua conservação está diretamente relacionada à preservação dos poucos e pequenos remanescentes de florestas estacionais do interior do estado.
O Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo desenvolve projeto de uma Escola de Negócios para Florestas Tropicais e, no seu âmbito, também serão discutidas no seminário as possibilidades do desenvolvimento de projetos rentáveis de proteção dos primatas paulista.

PROGRAMAÇÃO

9h – AberturaPatrícia Iglecias – Secretária do Meio Ambiente
Martin Grossmann – Diretor do IEA/USP
José Pedro de Oliveira Costa – Coordenador da Comissão Pró-Primatas/SMA
Paulo Nogueira-Neto – Membro da Comissão Pró-Primatas
Lídia Passos – Diretora Executiva da Fundação Florestal/SMA
Cristina Maria do Amaral Azevedo – Secretária Adjunta/SMA
Clayton Lino – Coordenador Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica – RBMA
9h20 – Palestra MagnaMilton Thiago de Mello – Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária – ABRAMVET
9h40 – A Comissão Permanente de Proteção dos Primatas PaulistasJosé Pedro de Oliveira Costa – Coordenador da Comissão Pró-Primatas Paulistas
10h – O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação dos Primatas BrasileirosLeandro Jerusalinsky – Coordenador do CPB/ICMBio – Ministério do Meio Ambiente
10h40 – Restauração de Florestas e ConectividadeJean Paul Metzger – Instituto de Biociências/USP
11h – O Projeto Mico-Leão-PretoCláudio Pádua – Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPE
11h20 – O Projeto MuriquiMauricio Talebi – Unifesp
13h30 – Painel de Ações da SMA
13h50 – Programa Escola de Negócios para as Florestas TropicaisWarwick Manfrinato – Instituto de Estudos Avançados – IEA/USP
14h – Ocorrência do Sagui-da-Serra-Escuro (Callithrix aurita) em São Paulo: Prioridades de Pesquisa e AçõesMarcio Port de Carvalho – Instituto Florestal
14h10 – Ocorrência de Primatas nas Unidades de Conservação do Estado de São PauloEdson Montilha – Fundação Florestal
14h20 – Os Bugios no Estado de São PauloDilmar de Oliveira – Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais – CBRN
14h30 – Programa de Conservação Integrada do Mico-Leão-PretoCauê Monticelli – Fundação Parque Zoológico de São Paulo
15h – Plano de Ação para Conservação dos Primatas PaulistasMaria de Lourdes Rocha Freire – Comissão Pró-Primatas Paulistas/SMA
15h40 – Discussão do Plano de Ação
16h30 – Encerramento
Primata paulista é tema de seminário na USP
O Bugio-Ruivo vive em regiões de mata atlântica do estado de SP

Serviço

Para maiores informações sobre o seminário, acesse:

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